Tuesday, December 5, 2006

Prazer já Morto, Parte III


Tenho um coração morto,
Que não bate por ninguém, não sabe bater por alguém
É frio, e sem remorso
Anda sozinho pela noite, passa pelo meio das pessoas
Não se importa de viver, é uma triste ideia a meu ver...

Nunca soube amar, nem deixou ninguém ver o seu ser
Nunca deixou ninguém ve-lo a escrever
Não sofre, pois não sabe sofrer, apenas morre.

Vejo o que ninguém vê,
Passeio pela noite a escrever
Passo despercebido pelas pessoas que me procuram
Não tentem, pois ficarão com medo do escuro
Ficaram com medo do que possam ler
Não se importem, não me encontram
O único sítio onde poderão encontrar-me
É num banco de uma qualquer ruína
Com os cabelos ao vento e uma pena na mão
Completamente despercebido do tempo que passa
Com as minhas asas erguidas, com estrofes minhas.

Por ser o “gótico vitoriano” que todos me apelidam
Por ser o libertino que ninguém duvida
Por ter estado onde não devia
E fazer o que na altura não compreendia
E por ter um amor perdido, a essência da minha alma
O que me faz andar imortal, entre meras vidas
As vossas, por vezes a minha
Por ter o que quero, quando nao devia
Por ser tudo tão fácil de obter...
Por realmente um dia ter provado o ócio, esse meu vício
De ter visto aquela mente, aquele corpo viver
De ter saudades de amar, e não poder
Por uma morte ter fechado o meu interior
Por não conseguir morrer
Para ir ter com o meu amor...
Por saber que ninguém me vai ser querido como ela foi...

2 comments:

Anonymous said...

I know...

Sami said...

Ah, o poema que eu adorei... sabes k escreves bem... este por ser tão o teu retrato está lindo

bjs*********